STAR WARS

Star Wars (Guerra nas Estrelas, em português) é o título de uma space opera[1] americana que foi transformada em uma série de seis filmes de ficção científica escritos por George Lucas. Como subprodutos surgiram também uma franquia literária, uma série de jogos eletrônicos e desenhos animados (incluindo inúmeras prequelas, sequências e adaptações literárias).

Os filmes, organizados em duas trilogias, abordam a transição histórica ("há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante....") onde ocorre a queda da República Galáctica e a implantação e posterior derrocada do Império Galáctico, sob comando do outrora senador do planeta Naboo, posteriormente Chanceler Supremo e finalmente autoproclamado Imperador Palpatine (Darth Sidious).

Os episódios são:

Episódio Direção Data de Lançamento Bilheteria
I. A Ameaça Fantasma George Lucas 19 de Maio de 1999 US$ 924.317.558[2]
II. O Ataque dos Clones George Lucas 16 de Maio de 2002 US$ 649.398.328[3]
III. A Vingança dos Sith George Lucas 19 de Maio de 2005 US$ 848.754.768[4]
IV. Uma Nova Esperança George Lucas 25 de Maio de 1977 US$ 775.398.007[5]
V. O Império Contra-Ataca Irvin Kershner 21 de Maio de 1980 US$ 538.375.067[6]
VI. O Retorno de Jedi Richard Marquand 25 de Maio de 1983 US$ 475.106.177[7]

Há alguns filmes que são Spin-offs, ou seja, não são episódios.

Filme Direção Data de Lançamento
Depois do IV. O Especial de Natal de Star Wars George Lucas 17 de Novembro [8] de 1978
Depois do VI. A Caravana da Coragem John Korty 25 de novembro [9] de 1984
Depois do VI. A Batalha por Endor Jim Wheat 24 de Novembro[10] de 1985
Entre o II & III. Star Wars: A Guerra dos Clones Dave Filoni 15 de Agosto de 2008

Há ainda um desenho que mostra vários episódios das Guerras Clônicas, chamado Star Wars: The Clone Wars.


O Universo

Os acontecimentos relatados em Star Wars ocorrem numa galáxia fictícia, sendo cada filme acompanhado por um pequeno texto de abertura com a intenção de contextualizar essa história no Universo Star Wars. É a única vez nos filmes que este Universo é analisado tendo o nosso como ponto de referência. O texto começa com a expressão: "Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…", numa clara alusão aos contos de fadas "Era uma vez…". "[11][11][12][13][14]

Muitos de seus personagens são humanos, interagindo com várias criaturas fantásticas de muitos sistemas planetários diferentes. Utiliza vários elementos sobrenaturais como magia, cavaleiros Jedi, e princesas, procurando reinterpretar arquétipos clássicos dos contos de fada e outros elementos mitológicos.

Apesar dos filmes decorrerem no período cronológico de duas gerações, o Universo Expandido decorre num período de milhares de anos (mais de 25.140 anos),[15] desde acontecimentos anteriores aos relatados nos jogos Star Wars: Knights of the Old Republic (KOTOR) (2003) ou KotOR II - The Sith Lords aos decorridos na banda desenhada (História em Quadrinhos) Legacy of The Force ou Star Wars: Legacy. Esses acontecimentos retratam o Universo Expandido ou UE[16] , que inclui livros, histórias em quadrinhos, jogos de videogame, filmes oficiais, séries de televisão, brinquedos, e outras mídias. O material se expande e continua a história contadas nos filmes, tendo como ponto de referência em qualquer lugar desde 25.000 anos antes de A Ameaça Fantasma até mais de 1.400 anos após O Retorno de Jedi.[17]

A publicação de "Nova Ordem Jedi" contribuiu para o aumento do Universo, seguindo-se a publicação de bandas desenhadas (Histórias em Quadrinhos), livros e jogos que ampliaram o Universo Star Wars futuro e passado, levando a criação de várias eras com períodos cronológicos bem definidos.

República

A República Galáctica é uma civilização ficcional ou modelo de sociedade onde milhares de civilizações de planetas diferentes mantinham-se organizadas na forma de um senado galáctico.

No senado, representantes de cada civilização ou planeta interagiam entre si. A república dominou a galáxia por milhares de anos, criando um governo justo e pacífico mas, ao final, tornou-se corrupta e acabou sendo dissolvida pelo Imperador Palpatine em um golpe de estado.

Eras

A contagem do tempo faz-se antes (ABY) e depois (DBY) da batalha de Yavin (a destruição da 1ª Estrela da Morte), apresentada no Ep. IV.

A 1ª de que há registro, é a Era Pré Republicana (137000ABY ou 15000ABY (formação do Sistema Cularin) - 25000ABY), desde o Big Bang no Universo de Star Wars, até a formação de Grandes Impérios, como os do Rakata, conhecido como "Império Infinito", famosos por construirem o Star Forge (30000 ABY) ou o Império Xim (25130 ABY), e a fundação de Coruscant (200000 ABY) encerrando este Período com a formação da República em 25000 ABY.

A 2ª é a Era da Velha República (25000 ABY-1000 ABY), focando a recém formada República Galáctica, os seus protectores, a Ordem Jedi e os seus inimigos, os Sith. Começa com a criação da República e termina com a derrota da "Brotherhood of Darkness" ou Irmandade da Escuridão na 7ª Batalha de Ruusan e o posterior renascimento da República na Reforma Ruusan.

A 3ª é a Era do Império (1000 ABY-0 ABY) que foca a era dourada da República e a sua posterior transformação no Império Galáctico através das maquinações de Darth Bane e posteriormente Darth Sidious, culminando na Guerra dos Clones. A história contada nos Episódios I, II e III passa-se no final desta era.

A 4ª é a Era da Rebelião (0 ABY-5 DBY), focando o período dos filmes originais, os Episódios IV, V e VI.[18] Foca a Guerra Civil Galáctica entre a Rebelião e o Império até a Batalha de Endor.[19]

A 5ª é a Era da Nova República (5 DBY-25 DBY), que conta a formação da Nova República e a sua luta com vários líderes imperiais, culminado com o fim da Guerra Civíl Galáctica com o Tratado Pellaeon-Gavrisom ou Acordos de Bastion.

A 6ª é a Era da Nova Ordem Jedi[20](25 DBY-40 DBY), introduzindo novas galáxias e raças como os Yuuzhan Vong e a Civilização Killik e a reconstrução da Ordem Jedi pela mão de Luke Skywalker.

A 7ª é a Era do Legado (40 DBY- ), não possuindo ainda um fim definido. Esta era começa com a Nova Ordem Jedi e a Aliança Galáctica em 40 ABY, mas 100 anos no futuro relata e existência de um novo Império Galáctico e novos Sith, e a luta de Cade Skywalker para salvar a galáxia.

A Força

A Força é constante na saga Star Wars e sujeita a muitas interpretações, sendo descrita por Obi-Wan Kenobi no Episódio IV da seguinte forma: "Um campo de energia criado por tudo o que vive. Rodeia-nos, penetra-nos e une a galáxia."

No universo expandido, Luke Skywalker diz: "A Força é um rio onde muitos podem beber, e o treino do Jedi não é a única taça que a pode conter. Numa clara alusão às diferentes filosofias."

As teorias defendidas pela velha Ordem Jedi são as que nos são apresentadas nas duas triologias: Ashla (o Lado Luminoso) versus Bogan (o Lado Negro da Força), com as suas filosofias próprias.

Código Jedi:

"There is no emotion, there is peace." - Não existe emoção, existe paz.

"There is no ignorance, there is knowledge." - Não existe ignorância, existe conhecimento.

"There is no passion, there is serenity." - Não existe paixão, existe serenidade.

"There is no death, there is the Force." - Não existe morte, existe a Força.

Filosofia Sith

"Peace is a lie, there is only passion." - Paz é uma mentira, só existe paixão.

"Through passion, I gain strength." - Através da paixão, ganho Força.

"Through strength, I gain power." - Através da Força, ganho poder.

"Through power, I gain victory." - Através do poder, atinjo a vitória.

"Through victory, my chains are broken." - Através da vitória, as minhas correntes são quebradas.

"The Force shall free me." - Assim, a Força me libertará.

Apesar de ambas as facções procurarem atingir um patamar existencial superior, fazem-no com diferenças filosóficas acentuadas.

Os Jedi defendem o distanciamento emocional, a meditação, devendo as suas ações serem pautadas pela sabedoria e lógica em função do bem comum, sendo a Força usada com sensatez e de forma pacífica. Os Jedi devem fazer um uso da Força que sirva ao conhecimento e para se defenderem, nunca para atacar. Defendem uma atitude menos interventiva, na qual se deve aceitar as situações menos positivas e tentar contorná-las ou resolvê-las de forma a aceitar o fluxo natural do universo e da Força.

Os Sith, em contrapartida, acreditam na utilização de emoções fortes para alimentarem as suas habilidades, defendem a sobrevivência do mais apto e o uso sem restrições das suas habilidades. As suas técnicas tendem a ser mais agressivas e destructivas. Mesmo curar alguém pode ser um acto que se aproxima da filosofia Sith quando tal é feito com o total desrespeito das leis naturais e vergando a Força à vontade do utilizador (como é o caso de Cade Skywalker na 7ª era - Era do Legado).

O único ponto em que concordam é no perigo que o amor representa. Para os Jedi, pode levar a sentimentos como ciúme e raiva. Para os Sith, pode levar a sentimentos como compaixão e pena.

Midi-chlorians

Posteriormente, no Episódio I foi introduzido o conceito de "midi-chlorians",[22] como organismos microscópicos, existentes nas células de seres vivos, que facilitam a interação com a Força e podem ser utilizados para contabilizar a sensitividade de cada um. Os que possuirem uma contagem maior de "midi-chlorians", poderão manipular de forma mais eficaz a Força.

Um teste sanguíneo é suficiente para confirmar a quantidade desses seres e dessa forma indicar o nível de sensitividade de alguém. Permitem a percepção da Força da mesma forma que os nossos olhos permitem ver certas frequências luminosas ou os nossos ouvidos interpretar as vibraçoes do ar como som.

Ao longo do Universo expandido foram surgindo formas artificiais de embuir alguém ou algo com o poder da Força, quer seja através de cristais artusianos, de artefatos Sith ou das manipulações genéticas dos Rakata. A invenção do conceito de "midi-chlorians" poderá vir a explicar como esses processos funcionam, podendo no entanto entrar em conflito com a existência de seres não orgânicos (Shards e Tsil) sensitivos à Força.

Poderes

A Força confere aos seus utilizadores uma série de talentos excepcionais,[23] a sua maioria de origem psíquica, tais como telepatia, telecinesia, habilidades precognitivas, mas também melhoria de atributos físicos (velocidade, força e resistência). Quando canalizada para o meio envolvente em vez de uma pessoa, permite técnicas como descargas eléctricas e estrangulamento (via telecinesia), repetidamente usadas pelos Sith ou habilidades curativas e criação de escudos pelos Jedi de acordo com as filosofias de cada um.

Ao longo dos vários filmes e do Universo Expandido existe uma grande variedade de técnicas diferentes, nas quais a Força permite a criação de resultados bem diferentes dos acima mencionados. Luke Skywalker utilizou-a para conseguir acertar o alvo, no Episódio IV, e destruir assim a 1ª Estrela da Morte, Darth Sidious dominou a técnica que permite transferir o seu espírito para outros corpos, enganando a morte, tal como Qui-Gon-Jinn que se tornou um fantasma da Força e transmitiu esse conhecimento a Yoda e Obi-Wan Kenobi, que em seguida a repassou para seu aprendiz Anakin Skywalker.

Na nomenclatura normal dos poderes da Força apenas diz-se "Force" na frente e, em seguida, o tipo específico do poder. Por exemplo: os raios lançados por Dooku (Dokan) contra Yoda e Obi-Wan Kenobi no Episódio II se chamam Force Lightning; a habilidade de enforcar à distância é Force Grip, entre outros. Existem, no entanto, muitas exceções à regra, na maioria dos casos relativos à habilidades conjutas (maioria), e não poderes de ataque/defesa com de costume. Exemplo disso é o Battle Meditation (e não "Force Battle Meditation").

Sabres de Luz

Introduzidos no Episódio IV os "lightsabers" ou sabres de luz, tornaram-se um dos elementos visuais que mais marcaram os filmes e o restante do Universo Expandido.

Inicialmente criados pelos Jedi, rapidamente foram adoptados pelos Sith e outros sensitivos, tornando-se na galáxia, sinónimo de algum tipo de ligação com a Força, apesar de poderem ser utilizados por não sensitivos (como o General Grievous). No entanto, a Força é um elemento fundamental na sua construção, visto que é através dela que os vários componentes são fundidos, de forma a garantir o correcto fluxo de energia.

Os elementos que sobressaem na composição de um sabre de luz são os cristais que irão contribuir para a cor, e características da lâmina, podendo existir até um máximo de três cristais no sabre de luz normal.

Citando as palavras da Mestre Jedi Luminara Undi:

"The crystal is the heart of the blade." - O cristal é o coração da espada.

"The heart is the crystal of the Jedi." - O coração é o cristal do próprio Jedi.

"The Jedi is the crystal of the Force." - O Jedi é o cristal da Força.

"The Force is the blade of the heart." - A Força é a lâmina do coração.

"All are intertwined: The crystal, The blade, The Jedi." - Todos estão ligados: o cristal, a espada , o Jedi.

"You are one." - Todos em um.

O Filme

Modelos dos famosos sabres de luz.

Inicialmente, George Lucas escreveu um roteiro de 6 horas de filme, e o fez mesmo prevendo a resposta do estúdio. Recebendo um "não" como resposta, decidiu dividir o filme em 6 episódios, sendo que resolveu gravar apenas os 3 últimos pois os julgava mais interessantes e reconhecia neles aspectos que cativariam o público da época. Mas no fim dos anos 1990 os fãs ganharam um presente, a notícia de que os 3 primeiros episódios seriam gravados. Antes disso, no início da década de 1990, os 3 episódios já gravados foram relançados em edição especial remasterizada com seqüências inéditas.[24]

A Fox, por desacreditar num filme que falava sobre o espaço, que na época era loucura, permitiu que George Lucas tivesse todos os direitos do filme, o que garantiu a Lucas dinheiro suficiente para montar suas próprias empresas cinematográficas. Dentre elas a ILM, empresa que revolucionou a industria cinematográfica com efeitos especiais de altíssima qualidade, desenvolvendo tecnologia própria. Hoje, Lucas é dono das seguintes companhias: Lucasfilm; LucasArts; Industrial Light & Magic; Lucasfilm Animation; Skywalker Sound; Lucas Licensing; Lucas Online e George Lucas Educational Foundation.

Entre as empresas criadas por George Lucas, que depois se tornaram independentes, estão Avid Technology, THX e Pixar Animation Studios.

Com o sucesso de Star Wars (Guerra nas Estrelas) surgiram várias lendas, e na sede dos fãs de saber mais sobre a saga, histórias e mais histórias surgiram, porém não se sabe sobre a veracidade delas. Uma delas é que George Lucas teria escrito 9 episódios e não 6 - a revista SET lançou uma edição especial nos anos 1990 na qual se vê a sinopse original desses 9 episódios; o que se viu nas telas foi bem diferente do original pensado por Lucas para os 9 filmes, a história foi adaptada para os seis episódios e é bem verdade que, em entrevistas, Lucas afirmou que os filmes contam a história da vida do personagem Anakin Skywalker/Darth Vader e, como este morreu ao final do Episódio VI, não há motivos para gravação de outros longa-metragens.

A saga Star Wars faz uso de arquétipos, comuns tanto em ficção científica quanto em mitologia antiga, assim como da musica romântica presente nesses gêneros. Em 2005, a Revista Forbes estimou o rendimento total gerado pela franquia Star Wars (durante o percurso de seus 28 anos de história) em aproximadamente US$ 20.000.000.000,00 (vinte bilhões), facilmente fazendo-a uma das franquias baseadas em filmes de maior sucesso de todos os tempos. Também na Forbes, na lista das pessoas mais ricas do mundo publicada na revista em 2004, George Lucas aparece em 153º lugar, com uma fortuna estimada em 3 bilhões de dólares.

História da produção e realização do filme

George Lucas, o criador de Star Wars

George Lucas era um dos diretores da nova geração do cinema americano nos anos 1970, juntamente com Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, Martin Scorsese e Brian de Palma.[25] Após o sucesso de Loucuras de Verão, Lucas conseguiu convencer a 20th Century Fox a financiar o filme, conseguindo uma verba de US$ 8 milhões de dólares americanos. Entretanto, antes disso, vários estúdios já tinham recusado o filme. Para impressionar os executivos da Fox, Lucas contratou Ralph McQuarrie, designer da Boeing e artista conceitual, para desenhar as cenas a partir do roteiro. Lucas exigiu em seu contrato que as possíveis sequências do filme seriam realizadas por ele, além de ter garantido os direitos de merchandising sobre a obra. A Fox, não imaginando o sucesso do filme, concordou com Lucas, que também não esperava, naquele momento, que o filme se tornasse um divisor de águas da indústria cinematográfica americana. Durante a elaboração do roteiro de Star Wars, Han Solo chegou a ser um alienígena verde e Luke um general de 60 anos de idade. O sobrenome original de Luke, (nome obviamente escolhido devido ao nome do diretor) era Starkiller, alterado para Skywalker no roteiro final. Devido a grandiosidade do roteiro, Lucas dividiu a história em 6 partes, começando a partir da 4º parte, considerada mais viável economicamente e de maior apelo ao público.

Lucas opta por escolher um elenco desconhecido, desagradando o estúdio. Harrison Ford, então pouco conhecido, foi inicialmente chamado apenas para participar dos testes de elenco. Vários atores como Kurt Russell fizeram testes para o papel de Solo. Mark Hamill era conhecido por seu papel em uma série de televisão e Carrie Fisher, era filha de Debbie Reynolds e Eddie Fisher, artistas consagrados de Hollywood, mas também era desconhecida. Peter Mayhew foi escolhido para o papel de Chewbacca devido a sua altura (2,20 m). Kenny Baker, um comediante anão, faria R2-D2 e o artista mímico Anthony Daniels, seria C-3PO. David Prowse, com seus 2 metros e corpo atlético seria Darth Vader. Mas a voz de Vader ganharia a interpretação de James Earl Jones, ator reconhecido do teatro e que mais tarde trabalharia novamente com Harrison Ford em dois filmes da série "Jack Ryan", baseada nos livros de Tom Clancy: Jogos Patrióticos e "Perigo Real e Imediato", interpretando o almirante Jim Greer. Para viver Obi-Wan Kenobi, o famoso ator britânico e vencedor do Oscar por A Ponte do Rio Kwai, Alec Guinness fora chamado por Lucas para dar credibilidade ao filme.

O início das filmagens ocorre na Tunísia, em pleno deserto do Saara. Ao mesmo tempo, nos estúdios Elstree em Londres, os cenários gigantescos da Estrela da Morte e das naves, era construído. Nos Estados Unidos, a ILM (Industrial Light & Magic), empresa fundada por Lucas, começava a preparar os modelos, miniaturas e equipamentos para criar os efeitos especiais. Na Tunísia, logo no início das filmagens sob um calor de 40º, o cenário do filme do planeta Tattoine é destruído por uma tempestade. Problemas com R2-D2 são corriqueiros. O ator Anthony Daniels se machuca com a armadura de C-3PO antes das filmagens.

Após semanas na Tunísia, as filmagens passam para Londres. Lucas enfrenta diversos problemas como a interrupção das filmagens as 17:30h todos os dias devido as normas do sindicato inglês, as constantes brincadeiras dos atores durantes as filmagens, as discussões com a equipe técnica do estúdio inglês e a pressão do estúdio Fox pelo término das filmagens. Na Fox, apenas Alan Ladd Jr., executivo que contratara Lucas, ainda acreditava no sucesso de Star Wars. Nesse momento os técnicos ingleses chegavam a perguntar aos atores "que filme era aquele, com tantas babaquices e coisas sem sentido", segundo o documentário "Impérios dos Sonhos". Mal sabiam que estavam participando do filme que mudaria a história do cinema e que revolucionária a forma de se fazer filmes.

Após as filmagens em Londres, Lucas se concentra na produção dos efeitos do filme e na montagem. O primeiro corte de Star Wars foi um desastre, segundo Lucas, obrigando-o a demitir o editor e contratar uma nova equipe de edição. A ILM, nesse momento, só tinha produzido 4 tomadas para o filme, sendo que todas foram descartadas por Lucas. Com o prazo se esgotando, Lucas assume o controle da ILM. Para mostrar aos técnicos o que ele desejava em termos de ação e velocidade para as cenas de batalha espacial, recorreu a filmes de combates aéreos da Segunda Guerra Mundial. Para a trilha sonora, Lucas contrata John Williams, compositor já reconhecido por trabalhos como Jaws (Tubarão) de Steven Spielberg. A trilha é gravada pela Orquestra Sinfônica de Londres. Na primeira exibição do filme ainda não finalizado, a executivos da Fox, alguns chegaram a chorar e reconhecer que Star Wars modificaria história do cinema.

Com o atraso na produção do filme, a estréia programada para dezembro de 1976 fora adiada para 25 de maio de 1977. A princípio, em torno de apenas 40 cinemas aceitaram exibir o filme. Muitos críticos e executivos esperavam o fracasso do filme nas bilheterias e Lucas não imaginava o que estaria por vir. A campanha de marketing bem sucedida nos meses anteriores com a exibição de traillers, a venda de produtos e difusão do filme entre entusiastas de ficção científica e histórias em quadrinhos, alavancou o filme e filas imensas se formaram no dia de estréia. Nas primeiras semanas Star Wars já batia todos os recordes de bilheteria tornando-se um estrondoso sucesso de público e de crítica.

Star Wars fora indicado a diversos prêmios Oscar, inclusive o de "Melhor Filme", ganhando praticamente todos prêmios técnicos como efeitos sonoros, visuais, edição, de um total de 7 estatuetas. O sucesso de bilheteria pelo mundo todo garantiu a Lucas as condições financeiras para produzir a sequência de Star Wars, O Império Contra-Ataca e depois O Retorno de Jedi. Star Wars revolucionou o cinema e a forma de se fazer filmes. Surge aqui o conceito de blockbuster (filme arrasa-quarteirão) com grandes bilheterias e orçamentos. O público jovem era o novo alvo da indústria. As inúmeras técnicas criadas pela ILM revolucionaram a indústria de efeitos especiais no cinema, dando origem a outras divisões como Skywalker Sound, THX, Pixar, LucasArts entre outras.

George Lucas, com Star Wars, tornara-se o cineasta independente de maior sucesso do cinema. Lucas colocou praticamente todo dinheiro ganho com Star Wars na produção de O Império Contra-Ataca, não se rendendo ao poder dos estúdios. Na verdade, Lucas foi responsável por revitalizar a força daquilo que ele sempre combateu como cineasta independente. A partir de Star Wars e suas sequências, todo um universo de produtos foi desenvolvido, como história em quadrinhos, desenhos animados, brinquedos, roupas, etc. Star Wars se tornou uma febre mundial e mesmo após 30 anos de seu lançamento, em 2007, a franquia continua forte. O lançamento recente dos últimos 3 filmes da série alavancaram mais ainda o que já era um sucesso, conquistando uma nova geração de fãs.

Temáticas

A utilização da fórmula épica é uma constante nos filmes, recorrendo à utilização de temas e conceitos comuns aplicados visualmente e no desenrolar da história. A reinterpretação dos arquétipos mitológicos é a base da intemporalidade dos filmes, pois focam temáticas com que todos se relacionam, incorporando no entanto conceitos modernos:

As tensões pais\filhos (Anakin\Obi-Wan e Luke\Anakin), as donzelas em perigo (Padmé\Leia) que afinal não são assim tão indefesas, as histórias de amor que persistem contra todas as adversidades (Padmé\Anakin e Leia\Han).

Um exemplo da utilização de arquétipos ao longo das sagas é o paralelismo entre as histórias de Anakin e Luke Skywalker:

Ambos são encontrados ainda jovens por um ancião que os introduz a um universo mais amplo, revelando-lhes as suas habilidades, ambos os anciãos sabem algo sobre a sua origem que os próprios desconhecem (Qui-Gon-Jin e a profecia sobre o Escolhido e Obi-Wan Kenobi e a identidade de Darth Vader), ambos vêm o seu mestre morto antes de terem o seu treino completo, sendo adoptados por um mestre com uma relação aluno/professor com o mestre anterior (Obi-wan é o antigo padawan de Qui-Gon e Yoda é um antigo mestre de Obi-Wan). Ambos evidenciam-se no uso da Força (Anakin ultrapassa os seus mestres e Luke evolui quase sem treino), ambos são assolados por fortes emoções: amor e raiva. Anakin sente amor por Padmé e raiva pela morte da sua mãe e Luke sente amor pelos seus amigos e raiva pela morte dos seus tios, ambos vêm essas emoções utilizadas contra si na tentativa de os persuadir para o Lado Negro da Força e ambos são salvos pela compaixão que sentem. Luke pela compaixão pelo seu pai, não o matando quando teve oportunidade e Anakin pela compaixão pelo seu filho, não deixando que o Imperador o matasse.


Ficha técnica

Personagens

Papel Ator Filme
Anakin Skywalker Jake Lloyd Epis. I
Hayden Christensen Epis. II e III
Sebastian Shaw Epis. VI
Darth Vader Hayden Christensen Epis. III
David Prowse Epis. IV, V e VI
James Earl Jones (voz) Epis. III, IV, V e VI
Obi-Wan Kenobi Ewan McGregor Epis. I, II e III
Alec Guiness Epis. IV, V e VI
Luke Skywalker Mark Hamill Epis. IV, V e VI
Princesa Leia Carrie Fisher Epis. IV, V e VI
Han Solo Harrison Ford Epis. IV, V e VI
Padmé Amidala Natalie Portman Epis. I, II e III
Chanceler Palpatine / Darth Sidious Ian McDiarmid Epis. I, II, III, V e VI
Mestre Yoda Frank Oz (voz) Epis. I, II, III, V e VI
C-3PO Anthony Daniels Epis. I, II, III, IV, V e VI
R2-D2 Kenny Baker Epis. I, II, III, IV, V e VI
Chewbacca Peter Mayhew Epis. III, IV, V e VI
Lando Calrissian Billy Dee Williams Epis. V e VI
Mace Windu Samuel L. Jackson Epis. I, II e III
Conde Dookan Christopher Lee Epis. II e III
Qui-Gon Jinn Liam Neeson Epis. I

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